Ao privilegiar o crime e desrespeitar a si próprio, esse nosso STF põe em risco toda a lógica de Justiça e nos aproxima, perigosamente, do estado de anarquia, de ausência de autoridade, de regras e de normas de convivência.
Leia abaixo um texto de Carlos José Marques publicado na Revista Isto é que esclarece, com fidelidade, o que representa esses "SUPREMOS"!
“Não há
limites para a empulhação jurídica no caso Lula. Já foram 78 apelações julgadas
(apenas no processo do tríplex), protelações, recursos de toda natureza,
incontáveis pedidos de habeas corpus, concessões de benefícios extraordinários,
tudo avaliado com a maior presteza, atropelando inclusive os ritos e filas de
solicitações de outros comuns mortais, que não contam com a mesma e desmedida
camaradagem dos executores da Lei.
Lula, sim, por razões que a própria razão
desconhece a aguardar uma razoável resposta daqueles que o colocam no pedestal,
ali mesmo, entre os senhores de toga, encontra tratamento VIP, com data vênia e
benevolência de alguns representantes de turmas do Supremo Tribunal.
O magistrado
Ricardo Lewandowski, a exemplo, esforça-se para que o presidiário petista
conceda entrevista em sua defesa alardeando injustiças imaginárias.
Seu
colega na Corte, Gilmar Mendes, corre em socorro ao gatuno dos cofres públicos,
capo de quadrilha, e acolhe a ideia de “pedir vista” e empurrar uma decisão por
demais lógica e, decerto, ridícula: liberar ou não Lula sob a alegação de
suspeição do juiz que o investigou e o condenou, Sergio Moro, porque esse
assumirá um cargo público em futuro governo de oposição.
Lewandowski,
de novo ele, acabou sendo alvo de um protesto de passageiro durante voo na
semana passada e achou por bem lhe dar voz de prisão, em um sinal de
prepotência exacerbada. Logo ele, que acha a prisão preventiva um abuso,
repudia o recolhimento do condenado após segunda instância e considera absurda
a condução coercitiva, não hesita em mandar reter de imediato alguém que lhe
contraria publicamente. Um contrassenso.
Na
particular noção de liberdade que ela evoca, cabe a todos o direito de
exercê-la. Enquanto a democracia for considerada no Brasil uma espécie de
condomínio fechado dos luminares da ciência jurídica, e não um patrimônio a ser
erigido pela própria sociedade, ela não passará de mera quimera.
No caso
de Lula e de outros criminosos de quilate no âmbito do colarinho branco,
trata-se de uma estranha patologia nacional, essa de bater à porta de meia
dúzia de notáveis autoridades da Lei para conseguir benesses fora do habitual.
A Suprema Corte não pode prestar vassalagem a salafrários desse calibre, nem
cair na armadilha de servir como instrumento de eternas procrastinações”.
E me desminta se eu não tiver razão!
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